A
maior
e
mais
verdadeira
prova
de
seu
amor,
Reivaldo,
esteve
sempre
delineada
e
aplicada
no
ato
diário
de
seu
viver
e
conviver.
Uma
linda
viagem
terrena
em
que
você
doou,
recebeu,
compreendeu,
compartilhou,
apoiou,
aceitou
e
foi
aceito,
olhou
em
torno
e
dentro
de
si
mesmo.
Sua
existência,
Reivaldo,
foi
uma
lembrança
sempre
presente
da
infinitude
do
amor
de
Deus
perante
cada
manifestação
da
natureza:
nas
flores,
nas
águas,
na
dança
das
folhas,
nos
vôos
e
nos
cantos
dos
passarinhos,
nas
presenças
e
nas
manifestações
de
carinho
dentro
de
casa
e
no
brilho
dos
olhos
de
seus
amigos.
Sua
vida,
Reivaldo,
foi
uma
colheita
de
esperanças
e
alegrias,
tudo
positivo,
ambição
só
a
necessária
para
as
despesas
de
cada
dia.
Sua
vida,
Reivaldo
foi
construída
nos
sonhos
e
concretizada
no
amor.
Afinal,
a
fé
sem
obras
é
morta.
Qual
o
proveito
em
dizer
que
tem
fé,
mas
não
tem
obras?
Seu
pensamento,
religiosamente
ou
não,
foi
o
mesmo
do
apóstolo
Tiago.
Não
bastava
crer,
era
preciso
realizar.
Você
nem
imagina
como
foi
sempre
a
minha
alegria
e
o
sentimento
da
riqueza
do
amor
sempre
que
visitei
você
em
manhãs
de
domingo,
casa
cheia
de
olhares
vibrantes
de
toda
a
sua
família,
às
vezes
do
Reinine
e
até
de
um
ou
outro
amigo
mais
próximo.
Todos,
mesmo
parecendo
com
os
pés
na
terra,
tinham
as
cabeças
nos
sonhos.
Quanta
dignidade,
quanta
coerência
no
exercício
de
amor
e
na
certeza
de
que
a
vida
só
é
válida
quando
vem
condimentada
com
os
sabores
da
felicidade.
Sabe
o
que
foi
sempre
o
mais
bonito
em
você?
Nunca
se
empolgou
com
o
próprio
brilho,
nunca
se
envaideceu
da
maravilhosa
inteligência
que
lhe
dourou
palavras
e
idéias,
ações
e
realizações.
Ser
humano
justo,
em
todas
as
horas
você
inspirou,
estimulou,
energizou,
pessoas
e
coisas,
proporcionou
conforto
a
tudo
que
a
natureza
o
rodeou
e
pôs
no
seu
contato.
Pensando
em
você
com
saudade,
lembro-me
da
Parábola
do
Bom
Samaritano,
daquele
viajante
que
tendo
saído
de
Jerusalém
para
Jericó,
fora
assaltado
por
ladrões
no
meio
do
caminho,
ficando
ferido
e
desfalecido,
à
beira
da
estrada,
o
que
não
sensibilizou
os
dois
religiosos
que,
mesmo
vendo
a
cena,
desfilaram
pela
outra
margem,
sem
preocupação
ou
vocação
para
o
bem
servir
ou
para
a
fraternidade.
O
atendimento
foi
feito
por
um
passante
originário
da
Samaria,
uma
região
pobre
e
nunca
considerada
pelos
importantes
da
época.
O
samaritano
limpou-lhe
as
feridas,
aplicou
os
remédios
de
que
dispunha,
colocou
na
alimária
e
seguiu
viagem
com
ele
até
um
ponto
de
apoio.
Lá,
hospedou-o,
pagando
as
despesas,
deu
o
atendimento
complementar
e,
tendo
de
logo
viajar,
recomendou
ao
estalajadeiro
bem
cuidasse
dele,
prometendo,
caso
houvesse
novas
despesas,
pagar-lhe
na
volta.
Neste
episódio
há
três
filosofias:
para
os
ladrões
(partidários
da
distribuição
social),
a
idéia
é
de
que
"o
que
é
seu
é
meu";
para
os
religiosos
(não
responsáveis
diretos
pela
violência
ocorrida),
"o
que
é
meu
é
meu
e
o
que
é
seu
é
seu",
o
problema
é
do
dono
do
problema;
para
o
samaritano,
entretanto,
sofredor
do
dia-a-dia,
só
vale
uma
decisão
de
amor,
"o
que
é
meu
é
seu".
Cito
este
relato
bíblico,
Reivaldo,
para
lhe
dizer
que
a
sua
vida
foi
efetivamente
a
de
bom
samaritano,
três
quartos
de
século
de
eterna
doação.
Sua
alegria,
sua
gentileza,
seu
conhecimento,
seu
amor,
todos
os
seus
sentimentos
de
cidadania
e
de
fraternidade
sempre
pertenceram
às
outras
pessoas.
Nobre
Reivaldo
Canela,
os
que
viveram
próximo
a
você
e
todos
nós,
companheiros
e
amigos,
continuaremos
por
aqui
vivendo
e
saudando-o
mais
do
que
calorosamente.
Você
foi
sempre
amado
e
admirado.
E
árvore
plantada
com
amor
nenhum
vento
derruba.
Nem
mesmo
num
grave
momento
de
despedida.