Petrônio Braz, Um incentivador

Wanderlino Arruda

Com longa estrada percorrida pelos caminhos de Minas e pelas veredas da cultura, Petrônio Braz, homem do tempo e da sorte, sempre andou próximo aos horizontes, sempre visualizou o sucesso: na política, na administração, no direito, na literatura, nas universidades da vida. Altivo no ser e no estar, no viver e no conviver, sempre teve fé e crédito no dourado mundo dos sonhos jurídicos e literários. Desde novo, concordante com Fernando Pessoa, sabe de uma grande verdade: Deus quer, o homem sonha e a obra nasce.

Tudo isso dito para marcar a minha admiração pelo seu trabalho grandioso na pesquisa e na escrita do seu destacado caleidoscópio, ou melhor sua coleção de crônicas e artigos sobre autores e obras da nossa literatura regional norte-mineira, inclusive, é claro, quase tudo que surgiu nos últimos anos, em livros e textos esparsos. Conteúdo de primeiríssima linha, feito por quem sabe fazer, da primeira à última página tem quase sempre riqueza de detalhes, principalmente com relação aos estilos. Vitorioso, incentivador – principalmente dos jovens escritores - Petrônio escreve querendo que outros também escrevam. Ele nunca perde de vista o futuro e a esperança, nem para si mesmo nem para seus contemporâneos. Estudioso, disciplinado, conscientemente responsável do seu papel nas artes e o trabalho, é um autor que sempre recebeu as melhores notas da vida, e como diria os mais novos: tipo assim dez com louvor. Para Petrônio não há ponto final para o amar, principalmente no amor que enobrece as pessoas e as coletividades. Amar é viver e a existência é desenho de eternidade. Já que tem que amar, ama hoje; já que tem que viver, vive agora. Como Cora Coralina, nunca escreve ou fala para lamentar existências. Sua inteligência é fronde, é folha, é semente, é flor, é fruto. Inventa e reinventa, cria sempre! Se seu tempo é como o dos outros, faz a diferença sabendo sempre o que vai fazer com esse tempo. Não há, em Petrônio, espaços vazios ou perdidos; não há problemas, há soluções. Se as perguntas já encontraram muitas respostas, melhor inventar outras perguntas.

Em verdade, tudo que Petrônio Braz tem publicado forma uma importante coletânea de apresentações e de críticas incentivadoras de praticamente tudo que já foi ou está sendo escrito por este lado de cima de Minas Gerais. Misto de crônicas e artigos, ilumina vocações, expõe idéias, valoriza conceitos, tudo com riqueza de detalhes. É ao mesmo tempo, vitrine e delinear acadêmico. É fruto e usufruto de escritos e de palavras, vereda importantíssima para os que percorrem caminhos em publicações de jornais e livros, parâmetros entre o que se escreve aqui e o que é publicado pela literatura em língua portuguesa: um prêmio a autores e a leitores.

Conhecendo Petrônio Braz como conheço, tenho certeza de que sua atual série de bons e oportunos escritos terá pronta continuidade, com e sobre outros escritores. Petrônio Braz continuará arquiteto e operário de sonhos, dínamo competente para gerar de um tudo do bom e do melhor.

Deo gratias!

Institutos Históricos de Minas Gerais e de Montes Claros