Neném
Barbosa,
Marido
de
Jenny,
Pai
de
Luizinha
Wanderlino
Arruda
Se
ainda
estivesse
materialmente
entre
nós,
Neném
(Augusto
Octávio)
Barbosa
estava
completando
quase
cem
anos
de
vida
de
trabalho
e
interesse
por
tudo
quanto
era
bonito
nas
pessoas
e
na
Natureza.
Foi
um
mês
de
abril,
tempo
de
sol
e
fim
de
estação
chuvosa
que
ele
nasceu
para
ser
sertanejo
e
desbravador,
estudioso
de
todas
as
horas,
homem
da
fazenda
e
do
comércio,
observador
do
código
de
ética
maior
que
pauta
a
existência
dos
grandes
homens.
Educado,
fino,
sabia
falar
à
inteligência
e
ao
coração,
sempre
excelente
ouvinte,
ponderado
como
ninguém.
Um
cavalheiro
de
tempo
integral!
Se
estivesse
ainda
conosco,
se
estivesse
fisicamente
à
disposição
dos
amigos
-
que
eram
muitos
–
Neném,
mesmo
com
a
muita
idade,
ainda
estaria
prestando
relevantes
serviços,
sempre
pronto
e
bem
preparado
para
dirigir
e
aconselhar.
Era
um
notável
fixador
caminhos,
orientador
de
rotas,
finíssimo
arquiteto
de
muitos
projetos
de
vida.
Bom
leitor,
de
várias
horas
de
leitura
por
dia,
Neném
Barbosa
era
possuidor
de
uma
vasta
cultura,
qualidade
intelectual
tão
grande
que
se
posicionava
ao
mesmo
nível
da
cultura
da
esposa
e
professora
Dona
Jenny,
assim
como
da
querida
filha
Luizinha,
esta
uma
das
mulheres
mais
inteligentes
e
mais
dedicadas
ao
saber
filosófico
e
literário
da
história
de
Montes
Claros.
Chego
a
acreditar
que
grande
parte
dos
conhecimentos
de
Luizinha
tenha
vindo
de
Neném
Barbosa,
seu
eterno
preceptor.
Os
dois
foram
sempre
uma
bela
união
de
vontades,
uma
definitiva
sintonia
de
valores.
Luizinha
Barbosa
está
aí
para
demonstrar
o
quanto
Augusto
Octávio,
seu
pai,
foi
importante
em
sua
vida
e
quanto
ele
foi
importante
para
a
cidade
e
para
a
região.
E
o
que
ela
sabe,
o
que
ela
é,
o
que
ela
vê
como
obrigação
de
dirigir,
organizar
e
manter
o
patrimônio
da
sensatez
de
Neném
é
algo
que
só
a
fibra
de
uma
grande
mulher
pode
garantir.
Eterna
secretária
do
pai
e
de
Dona
Jenny,
Luizinha
segue
uma
trajetória
que
Neném
traçou
e
que
precisa
ser
preservada.
Para
que
o
leitor
tenha
uma
idéia
do
legítimo
pensamento
de
Augusto
Octávio
Barbosa,
transcrevo,
em
fim
de
comentário,
um
texto
que
ele
me
ofereceu
em
setembro
de
1975,
que
poderá
ser
a
marca
de
muitas
vidas.
Ei-lo,
para
proveito
de
quem
me
lê:
“Deus,
Dai-nos
a
graça
da
moderação,
o
privilégio
de
sermos
gratos.
Que
todos
os
nossos
atos
sejam
pautados
dentro
do
bom
senso;
que
as
nossas
palavras
só
sejam
liberadas
depois
que
passarem
pelo
crivo
da
censura
íntima.
Ajudai-nos,
Senhor,
a
agir
com
ponderação
e
não
perder
o
domínio
de
nós
mesmos,
principalmente
quando
recebermos
agressões
verbais
que
atinjam
nosso
amor
próprio.
Nessas
ocasiões.
Pedimos
a
Vós
não
nos
deixar
ser
tomados
pela
cólera,
tóxico
maligno
que
leva
à
precipitação
e
intemperança,
contribuindo
para
o
exceder-nos,
dando,
quase
sempre,
como
discussões
acaloradas
que,
no
resumo,
nada
de
proveitoso
nos
deixam.
Suplicamos
auxiliar-nos
a
evitar
palavras
inúteis
e
a
servir
da
paciência
e
do
silêncio
como
instrumentos
preciosos
para
contarmos
as
situações
difíceis.
Eterna
a
boa
memória,
a
saudade
dos
bons
tempos
de
convívio
com
Neném
Barbosa!
Instituto
Histórico
e
Geográfico
de
Montes
Claros