Email

Webmasters:
Wanderlino Arruda
Djalma Souto




 

Catulo da Paixão Cearense

A Lagoa

Tu não tá vendo a lagoa,
aquela lagoa mansa
que parece uma criança
que tá durmindo, a sonhá?
As água tá tão serena,
que a mode que a biririba
caiu do céu, lá de riba,
pra todo o céu espeiá.
Mas porém óia, arrepara,
que basta só um beijinho,
um leve suspirozinho
do vento que não se vê,
pra aquela lagoa mansa,
tão serena e assocegada
ficá toda arrepiada
com as água toda a tremê!...
Pode sê uma bestera
mas porém é uma verdade
aqueilo que eu vô dizê:
vai caminhando... caminha...
Quando tu chegá na bera
daquela mansa rebera
espia, que tu verá,
no fundo daquelas água
tão serena e tão quilara
a cara da tua cara
lá no fundo a te ispiá!
Ou seje bunita ou feia,
tua cara, que parece
a cara da lua cheia,
tá ali... num sai do lugá.
Fica ispiando pra cara,
que a cara fica a ti oiá!
Mas caminha, vai-te embora,
que eu juro pru São Jerome
que a tua cara se assome,
que nem fica sombra inté!
Aquilo que fez cuntigo
ispeiando o teu sembrante,
faz cum outro caminhante,
o primeiro que vinhé.
Apois, aquela lagoa
é o coração da muié...


Esta história da lagoa
num tá dentro da verdade.
Apois, se o home ispiasse
somentes numa lagoa
e junto dela ficasse
dia e noite, noite e dia
de sentinela e de espia,
eu juro pru Jesu-Cristo
e a Santa Virge-Maria
que a cara do descarado
nunca mais de lá saía!...
Mas, se em todas as lagoa,
de água limpa ou chavascá,
o home qué vê a cara,
o home qué espiá...
Eu vô fechá minha boca
pruque vanceis tá bém vendo
adonde eu quero chegá...


AMAR
Wanderlino Crônicas
Wander Poesias
Ebooks
Academia de Letras
Aclecia
Automovel Clube
Charme
Elos Clube M. Claros
Esperanto
Espiritismo Online
Folclore Brasil
Fundacao Marina
História de M. Claros
História M. Claros
IHGMC
Links Espíritas
Literature
Montes Claros
Poema Virtual
Poetry Poem
Rotary Club
Tripod

Wanderlino
Wanderlino.net